Codelco revela planos exclusivos para a produção de lítio até 2030 no site de Maricunga, de acordo com documentos divulgados.

“Escrito por Daina Beth Solomon”

SANTIAGO (Reuters) – Rothschild & Co iniciou oficialmente a análise dos possíveis parceiros para se unir a Codelco, empresa de mineração estatal chilena, em um significativo projeto de lítio que tem previsão para iniciar a produção em 2030, conforme informações em documentos observados pela Reuters nesta quinta-feira.

Um relatório de quatro páginas intitulado “ponto de investimento”, criado por Codelco e Rothschild em junho de 2024, juntamente com um memorando, apresenta informações adicionais sobre os planos da Codelco para o local, agora conhecido como “Projeto Paloma”.

A Codelco planeja iniciar a construção no começo de 2027 e iniciar a produção no começo de 2030. Na etapa inicial, serão produzidas 20.000 toneladas métricas de equivalente de carbonato de lítio (LCE) por ano utilizando lagoas de evaporação, com um investimento inicial de US$ 1,2 bilhão.

Em uma etapa posterior, a produção de lítio atingirá 30.000 toneladas métricas por ano utilizando a extração direta de lítio (DLE), com um investimento inicial de US$ 1,1 bilhão em capital.

O potencial uso da DLE, que ainda precisa ser desenvolvido em larga escala comercial, está previsto para ser avaliado até 2033, conforme indicado no documento.

Codelco havia informado anteriormente que havia contratado Rothschild para conduzir a procura por um parceiro e planejava finalizar o processo até o primeiro trimestre do ano seguinte. No entanto, não divulgou se o trabalho já havia sido iniciado oficialmente, nem detalhou a estratégia que o banco adotaria para atrair interesse no projeto.

“Rothschild & Co está atualmente avaliando candidatos no procedimento e convidando determinadas partes para analisar os dados apresentados no documento de investimento”, declara o texto.

Ele também se refere ao projeto como uma chance especial de colaborar com a Codelco no desenvolvimento do próximo grande projeto de lítio no Chile.

Chile é o segundo país com maior produção de lítio global, com a saída de SQM e Albemarle, empresas que fornecem o metal essencial para baterias de veículos elétricos.

O governo incumbiu a Codelco de liderar esforços para ampliar sua participação na produção de lítio, e alcançou um marco na semana passada quando a empresa de cobre anunciou planos definitivos para uma parceria com a SQM no Salar de Atacama de 2025 a 2060.

O desafio do projeto Maricunga é significativo, já que a Codelco está entrando na produção de lítio a partir do início.

Apesar de Gabriel Boric, presidente do Chile, ter anunciado no ano passado que ele iria exigir o uso da DLE, os projetos da Codelco para implementar lagoas tradicionais de evaporação em Maricunga nos próximos dez anos indicam que a tecnologia ainda não atende às expectativas de produção estabelecidas por líderes políticos e industriais.

Durante uma coletiva de imprensa realizada na quinta-feira à noite para abordar os planos de colaboração com a SQM, o presidente da Codelco, Maximo Pacheco, informou que entre 30 a 40 empresas têm demonstrado interesse no projeto Maricunga, incluindo empresas estrangeiras.

© Reuters. The logo of Codelco, the world
Imagem: wal_172619/FreePik

Codelco está em busca de um parceiro que tenha suporte financeiro, experiência em colaborações e conhecimento sobre o lítio, porém não irá estabelecer critérios específicos para isso, afirmou.

Ele afirmou que criaram um sistema de seleção muito aberto e flexível, no qual todos os elementos serão considerados em uma equação e as partes interessadas serão convidadas a fazer propostas.

You may also like...

Leave a Reply

Your email address will not be published. Required fields are marked *