O CEO da Rystad Energy afirmou que o Japão poderia alcançar independência energética até 2060 através do uso de energias renováveis.

Por Katya Golubkova – Escrito por Katya Golubkova

Segundo Jarand Rystad, diretor executivo da consultoria Rystad Energy, o Japão, que é um importante consumidor de carvão e gás natural liquefeito (LNG), poderia alcançar a independência energética até 2060 por meio do aumento da utilização de energia solar e eólica, aliadas ao armazenamento em baterias.

O Japão depende principalmente de importações de recursos energéticos, sendo o Oriente Médio, Austrália e Estados Unidos os principais fornecedores. O governo japonês tem como objetivo reduzir a dependência de gás natural liquefeito (GNL) e carvão, passando de mais de 60% da matriz de geração de energia para menos de 40% até 2030. No entanto, especialistas apontam que o país está progredindo mais lentamente do que o necessário para atingir essa meta.

Rystad afirmou à Reuters que no Japão, a crença de que é necessário importar energia devido à falta de recursos energéticos pode não ser mais válida, devido ao avanço das tecnologias de energia renovável.

Conforme Rystad, até 2060, o Japão poderia alcançar sua independência energética com uma combinação de fontes renováveis, incluindo 45% de energia solar, 30% de energia eólica proveniente de fazendas offshore, 5% de energia hidrelétrica, 5% de biomassa e e-combustível, e os restantes 15% provenientes de energia nuclear.

“É fundamental que o Japão mantenha o ritmo de instalação de energia solar semelhante ao dos anos anteriores a 2020. A partir de 2014, foram instalados entre 10 e 12 gigawatts no momento de pico”, afirmou Rystad.

No ano passado, o Japão adicionou aproximadamente 4 GW de nova capacidade solar, alcançando um total de 87 GW, o que o coloca como o terceiro país com maior capacidade solar do mundo, depois da China e dos Estados Unidos.

© Reuters. Jarand Rystad, chief executive of Rystad Energy, poses for a picture during an interview with Reuters, in Tokyo, Japan June 5, 2024. REUTERS/Katya Golubkova
Imagem: TomasHa73/GettyImages

Rystad sugeriu que combinar a agricultura com painéis solares, que também podem fornecer sombra para certos tipos de culturas, juntamente com a instalação de telhados solares sobre estradas, entre outras alternativas, poderia contribuir para a ampliação da utilização dessa forma de energia.

Ele afirmou que a junção de diferentes fontes de energia, como o vento offshore e onshore, solar, geotérmica e biomassa, juntamente com sistemas de backup como baterias e hidro bombeado, poderá possibilitar ao Japão alcançar a independência energética em aproximadamente 40 anos, ou seja, por volta de 2060.

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